Relacão sujeito indígena/cidade: Análises para a construção de um objeto de pesquisa


resumo resumo

Águeda Aparecida da Cruz Borges



agradecimento pela resistência e humildade na luta pelo fim da discriminação e pelo reconhecimento de uma só humanidade.

4) Postado em 05 de abril de 2011 à 18h10min. Por M. Tukana

Primeiramente parabéns pelo post, sai da minha aldeia faz 10 anos, mas nunca deixo de ser índia , continuo fazendo minha comidinha “mujeca”, infelismente as pessoas tem essa idéia ainda, que índio anda nu , vive na oca e que come gente, é absurda tamanha ignorância das pessoas, é claro que existem várias tribos e etnias, com diferentes culturas, não deveriam generalizar. Além disso somos capazes de fazer qualquer coisa e aprender como qualquer um. Concordo com L. C. nunca deixaremos de ser índios, eu tenho orgulho de ser índia, pelo menos sabemos de onde viemos. Abraços!!http://www.indiosonline.net/estou-na-cidade-e-continuo-sendo-indio/. Acesso em maio de 2011.

c)Entrevista da Revista Brasileiros de Raiz

Entrevistadora: Há quem considere que quando o índio absorve costumes externos deixa de ser índio:

Cabixi: Não concordo com essa visão. Em uma das assembléias, nas quais estive uma das lideranças indígenas fez a seguinte afirmação: “posso ser o que você é sem deixar de ser o que sou”. Quer dizer que a partir do momento que nós indígenas temos plena consciência deste ditame, naturalmente poderá conceber todas as influências que ele tiver dentro do seu contexto natural. Ele vai saber separar o joio do trigo e se manter índio.

 

Em relação às sequências que trazem o discurso de si e não o discurso sobre, é importante ainda afirmar que há índios na rede, sim. As palavras de Leal comportam o que eu gostaria de dizer sobre esse acontecimento discursivo:

 

A maré virtual não é só para brasileiros descobridores. Ou seja, no pretenso tudo da trama www, pode-se divisar não uma esfera sem bordas e plana,  mas heterogeneidades e desigualdades de várias ordens a um clique. Em duas palavras: há sítios em que circulam não os discursos sobre, mas o que dizem os índios de si, da terra, da velha disputa com os brasileiros. (LEAL, 2011)[1].

 

A respeito do uso do espaço virtual por diversos povos indígenas, recorro ao artigo: “Vozes indígenas na rede digital: análise discursiva de blogs, sites e comunidades” no qual a autora considera que, com o surgimento e popularização da internet, os povos indígenas contam com um espaço de enunciação privilegiado, para fazer circular sentidos interditados e/ou silenciados, ao longo da história. Para maiores detalhes, conferir Ferreira (2012)[7]:

Assim como Leal (idem) e no convívio, estudos, discussões com Ferreira (1983-2012) navegamos pelo universo virtual, a fim de investigar como circula o discurso indígena nesse espaço. Sobre o discurso de que o índio deixa de ser índio quando vem para a cidade, como pode ser conferido no recorte 2, vi funcionar, justamente o contrário, desde o título do texto que gera os comentários.

 

Os índios, a terra, os brasileiros”. In:

http://www.discurso.ufrgs.br/anaisdosead/5SEAD/SIMPOSIOS/MariaDoSocorroPereiraLeal.pdf. Acesso em janeiro de 2012.

FERREIRA, L.L..“Vozes indígenas no ciberespaço: funcionamento discursivo de blogs”. http://www.iel.unicamp.br/revista/index.php/seta/article/viewFile/1298/1495. Acesso em janeiro de 2012.



[1]Os índios, a terra, os brasileiros”. In:

http://www.discurso.ufrgs.br/anaisdosead/5SEAD/SIMPOSIOS/MariaDoSocorroPereiraLeal.pdf. Acesso em janeiro de 2012.

[7]FERREIRA, L.L..“Vozes indígenas no ciberespaço: funcionamento discursivo de blogs”. http://www.iel.unicamp.br/revista/index.php/seta/article/viewFile/1298/1495. Acesso em janeiro de 2012.