Relacão sujeito indígena/cidade: Análises para a construção de um objeto de pesquisa


resumo resumo

Águeda Aparecida da Cruz Borges



O sujeito é consequência das discursivizações em torno dele, nas condições de produção em que se encontra. Ele é interpelado e funciona como efeito e como materialização das interpelações constitutivas da memória discursiva. É nesse movimento que se instaura a resistência, pois o povo Xavante interpela a cidade que o interpela.

O não índio significa, delimitando seu espaço e o espaço do Outro=índio, marcando-se, assim, em seu discurso, a diferença, a desigualdade, o preconceito, o distanciamento, a invisibilidade, a negação, a exclusão, a divisão, a brasilidade, a cidadania. Os efeitos interdiscursivos se materializam no encontro entre o passado e o presente, num terreno movediço, complexo, o qual exige muito estudo e análise para ser entendido, pois esses dizeres interpelam os Xavante a subjetivar-se, a identificar-se, a significar-se e produzir sentidos, a se olhar e se fazer olhar.

 

Referências bibliográficas

 

AZUMBUJA, E. 2005. Olhares, Vozes e Silêncios que excluem: estereótipos de índio. Cáceres-MT, Editora da Unemat.

BARONAS, R. L. 2008. Estudos Discursivos em Mato Grosso: limiares. São Carlos-SP, Pedro & João Editores/Cuiabá-MT, EdUFMT.

BORGES, A. A. C. 2006. “A constituição discursiva sobre o índio em Barra do Garças/MT: um paradoxo na praça” In: Revista Panorâmica Multidisciplinar, Nº 6. Cuiabá-MT, EdUFMT.

BORGES, A. A. C.& MIRANDA, F. L. A. 2007. “Discurso Literário e Realidade: encontro na interpretação de Quarup, de Antonio Callado” In: Revista Panorâmica Multidisciplinar, Nº 7. Cuiabá-MT, EdUFMT.

BORGES, A.A.C. “Para uma história das ideias linguísticas - uma reflexão sobre a resistência do povo Xavante pela língua”. (In: Colóquio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários (2010): Maringá, PR) C718 Anais CELLI - Colóquio de Estudos Linguísticos e Literários [recurso eletrônico] UEM-PLE, 2010. Disponível em:< http://www.ple.uem.br/ ISSN 2177-6350.

COURTINE, J-J. 2008. História do Corpo: As mutações do olhar - o século XX. Petrópolis-RJ, Vozes.

GADET, F. & PÊCHEUX, M. 2004. A Língua Inatingível. Tradução: Bethânia Mariani e Maria Elizabeth Chaves de Mello. Campinas-SP, Pontes.

HASHIGUTI, S.T.Corpo de memória. Tese de doutorado. UNICAMP-IEL. 2008.

INDURSKY, F. 1990. “Polêmica e denegação: dois funcionamentos discursivos da negação’. Cadernos de Estudos Linguísticos, 19, jul/dez, Campinas-SP, Editora da UNICAMP, p. 117-122.