Movimentos da contemporaneidade: a rua, as redes e seus desencontros


resumo resumo

Cristiane Dias
Marcos Aurélio Barbai
Greciely Cristina da Costa



a uma instituição, a um partido, a um sindicato. Ao mesmo tempo essa denominação também é lugar de equívoco uma vez que passou a circular na rede com outros sentidos. Enquanto vândalos ou vandalismo aparece nas manchetes de grandes jornais condenando os black blocs, significando-os como criminosos; na rede (facebook, blogs, páginas, etc.) a mesma denominação circula significando vândalo como aquele que luta por direitos, por justiça, por igualdade, como é caso do texto "Somos todos vândalos"[9].

A partir dessas condições de produção, trazemos para esse nosso terceiro e último movimento de análise, a charge abaixo[10], observando sua constituição, "a partir da memória do dizer", sua formulação, considerando que é "na formulação que a linguagem ganha vida, que a memória se atualiza, que os sentidos se decidem, que o sujeito se mostra (e se esconde)", e sua circulação, ou seja, por onde transitam e como se mostram os dizeres (ORLANDI, 2001: p. 9).

 

Descartes Black Bloc

#Charge – Descartes, versao @BlackBlocBRASIL

 

A charge apresenta em sua formulação uma relação parafrástica com outra imagem, uma vez que convoca uma imagem, já-vista, já-significada, a da escultura de bronze, conhecida como "O Pensador", de Auguste Rodin. Na escultura, a postura, os traços e contornos dos músculos bem definidos, de um corpo nu, remetem a um homem forte, que sentado em uma rocha, com a cabeça baixa apoiada em sua mão direita, e o braço esquerdo sobre a perna esquerda, pensa. Vemos na charge, a partir do processo

Charge de Latuff, 2013, disponível em: https://latuffcartoons.wordpress.com/tag/black-bloc/



[10] Charge de Latuff, 2013, disponível em: https://latuffcartoons.wordpress.com/tag/black-bloc/