Reportagem e Folhetinismo: narrativas infames como poder finalista


resumo resumo

Rodrigo Marcelino



Na ordem do discurso é inserido o corpo através do qual a reportagem inteiramente dissipa sua narrativa. A prática de passear e narrar o cárcere, que Francisco Otaviano fornece uma das primeiras amostras, difere da narrativa de Paulo Barreto, não só pela existência da prática de reportagem que este agrega com Ernesto Senna, mas por toda ordem do discurso finalista que o acompanha. A prática de passear e narrar o cárcere será muito produtiva para Orestes Barbosa, “também repórter, que escreverá sobre as prisões da cidade em Na prisão. Crônicas (1922). Ele destacou que foi Ernesto Senna quem lhe deu o cartão de entrada nos jornais” (SANT’ANNA, 2010, p.192).

O que há, talvez, seja uma relação entre sistema penal e imprensa, cuja manifestação e limites são tão difíceis de captar, mas que devem ser feitos desde a crítica até a prática do repórter, e de muitos folhetinistas, que encontram em uma narrativa infame a imagem dos seus romances, contos, crônicas etc...

 

 

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