Movimentos da contemporaneidade: a rua, as redes e seus desencontros
Cristiane Dias Marcos Aurélio Barbai Greciely Cristina da Costa
Esse artigo apresenta três lugaresde análise que se tocame se distanciam ao mesmo tempo, tendo como ponto de partida os des-encontros do sujeito, no espaço e em conexão. Movimentos da contemporaneidade no espaço urbano que dão vazão a um processo discursivoem constante deslize, num ritual com falhas.
À rua!Expressão convocatória que pode deslizar para:para arua (vá/vem para; dê a ela),narua (acontece nela, esteja nela),arua (lugar determinado),derua (próprio dela). Deslizamentos possíveis da expressãoque reclama sentidos para aqueleque está entre o espaço privadoeo espaço público, está no caminho, no urbano, no ir e vir; se apresentandoimaginariamente como um espaço de/para todos, indistintamente.
Espaço de mobilidadee de conexão, pois “a conectividade é o que define a mobilidade contemporânea” (DIAS, 2014, p. 12), produzindo laços sociais a partir de processos de identificação,queresultam no encontro metafórico entre a rua e a rede, expandindo as fronteiras que delimitam as relações entre sujeitos.
Diferentes manifestações são um flagrante disso. O ano de2011 talvez sejalembrado na história como um ano em que “uma eclosão simultânea e contagiosa de movimentos sociais de protesto” (HARVEY et. al., 2012, p. 07) marcou distintas sociedades (Cairo, Londres, Nova York, Madri, Tunísia, Líbia, entre outras.). Embora distintas, com reivindicações distintas, algo em comum marcou essas manifestações: a forma de organização por meio da conectividade.
No Brasil, a nossa sociedade tem vivido um momento muito particular no que se refere às manifestações que se organizam na rede e que se conectam a outros espaços, metaforizando-se.Assim,nossomovimento de reflexão,tomaasformasdas manifestações brasileiras a partir de 2013, buscando compreendero modo de organização dessasmanifestaçõese protestos.
Num primeiro movimento de análise, observamos a organização dos protestos que ocorreram no Brasil em junho de 2013, a partir de uma pauta específica, proposta pelo MPL - Movimento Passe Livre, um movimento social fundado em 2005, numa plenária do Fórum Social Mundial[1]. Essa pauta específica referia-se ao primeiro grande atocontra o aumento de 20centavosna tarifa de transporte público em São Paulo.
Em face dessas condições de produção, procuramos compreendero quanto a mobilidade definida pela conectividade tem implicações importantes para o sentido dos movimentos sociaise urbanos, porum processo dederiva do sentidoconstituído numa