Formas de mobilidade no espaço e-urbano: sentido e materialidade digital

Cristiane Dias (Org.)

  • O sentido não é exato (ORLANDI, 2012a). Em consequência, importa acrescentar: a análise de discurso não é uma ciência exata. É uma ciência da interpretação. Há vários tipos de real, diz Michel Pêcheux (1990). E o real com o qual trabalhamos é o real da interpretação. Que não se demonstra. Mostra-se. Topa-se com ele: o impossível de que não seja assim. 



  • Os modos pelos quais as cidades são significadas na sociedade e na história estão relacionados, entre outras coisas, aos saberes produzidos sobre elas. Não quaisquer saberes. E não de qualquer maneira. Este estudo busca refletir sobre os percursos de saberes sobre as cidades em diferentes enciclopédias, considerando-os em relação aos sujeitos e às línguas. 


  • A mutação técnica e cultural de que participamos, sobretudo com as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), tem feito o nosso espaço social cada vez mais atravessado pela determinação tecnológica. Vivendo assim em um espaço ciber, ou seja, “a nova estrutura de poder que organiza a sociedade” (DIAS, 2012, p. 201), que se materializa com a rede mundial de computadores, há um conjunto de transformações significativas nos processos de constituição do sujeito e do sentido, no mundo físico. 

  • Ao tratar da forma material do “e-urbano”, Dias (2011) nos diz que “as Novas Tecnologias da Comunicação e Informação constituem um elemento importante da urbanidade, pois elas fazem parte da circulação e experimentação do/no espaço”. Eu gostaria de propor, a partir dessa colocação da autora, uma reflexão sobre a experimentação e circulação do sujeito nesse espaço, pensado na relação com o corpo e suas formas de (re)apresentação. 

  • Celebra-se, neste ano de 2012, o centenário de nascimento de Alan Turing, matemático britânico que é por muitos considerado o pai das ciências da computação e, mais especificamente, da Inteligência Artificial. Em 1950, dois anos antes de ser condenado à castração química por ser homossexual, e quatro anos antes de seu suicídio, Turing fez publicar, na revista Mind, o influente ensaio "Computing Machinery and Intelligence.


  • A metáfora do trem em alta velocidade que transporta um passageiro conectado, via wi-fi, à rede mundial de computadores produzindo e fazendo circular conhecimento e informação constitui uma representação do fenômeno da mobilidade espacial e digital.



  • O modo como a mídia põe em circulação as formulações visuais na sociedade contemporânea pelos jornais, pela TV, pelo cinema, pela internet, entre outros meios, mostra a consequência de se analisar infográficos. Ao folhearmos uma revista ou jornal e navegarmos pela rede eletrônica nos deparamos com esse material cuja composição específica nos leva imediatamente a observar a diferença entre ele e outros materiais com formulação estritamente verbal. 

  • A compreensão do funcionamento discursivo da mídia e suas condições de produção tem sido nosso horizonte de estudo em Análise de Discurso (AD). Neste artigo refletimos teoricamente a relação entre a sociedade e seus dispositivos midiáticos de produção de sentidos, mais precisamente: buscamos explicitar em que sociedade a circulação do saber é digitalizada e toma formas eletrônicas para significar. 



  • Tecnologicamente falando, vivemos em tempos interessantes. Tempos que alguns diriam que lembram filmes de ficção científica; repletos de avanços na robótica, linhas de montagem completamente automáticas, miniaturização de componentes significativa o bastante para reduzir o que anteriormente foram computadores gigantescos em aparelhos minúsculos como telefones celulares, e uma rede global, capaz de conectar o mundo a distância de uma tecla.