Aspectos Históricos
Tupi (História)
Na Época Colonial, duas línguas do tronco Tupí foram gramatizadas e adquiriram grande importância histórica: o Tupi Antigo (ou Tupinambá) e o Guarani Antigo. Anchieta (1595) produziu a primeira gramática do Tupi (ou da Língua Brasílica, a “língua mais usada na costa do Brasil”), publicada em Lisboa, em 1595, e o Guarani Antigo recebeu as gramáticas do italiano Alonso de Aragona (1926) e do peruano Antonio Ruiz de Montoya (1640). Um estudo das gramáticas do Guarani foi efetuado por C. Rodrigues-Alcalá (Nunes e Rodrigues-Alcalá, 2008).
Na Época Imperial, tomada como língua dos antepassados brasileiros, o Tupi Antigo serviu à construção de uma identidade nacional com base na identificação do brasileiro com o índio. Na constituição da Língua Nacional (o Português do Brasil), que se intensificou em finais do século XIX, o Tupi passou a ser visto como uma das fontes de “influência” na formação da língua, sobretudo por meio dos elementos lexicais que nomeiam a fauna, a flora, objetos, costumes e a topografia, o que se nota, dentre outras coisas, quando se estuda a história dos dicionários bilíngues português-Tupi (Nunes, 2006). Em relação à Língua Nacional, podemos dizer, com base em Payer (2006), que se constituem traços de memória das línguas na língua, ou seja, no caso, traços do Tupi no português brasileiro.
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José Horta Nunes