Holandês

1. A chegada

A língua holandesa entrou no Brasil em grande escala em 1624 e 1625, quando os holandeses tentaram a primeira invasão no país. Eles atacaram Salvador, mas foram derrotados pelos portugueses e moradores da cidade. 

Mas os holandeses voltaram e atacaram  Olinda, no dia 15 de fevereiro de 1630. Chegaram em 67 navios de guerra, de transporte e de carga. Sua chegada não foi uma surpresa. Sofreram resistência de alguns portugueses e índios e se estabeleceram na cidade de Olinda, que já havia sido abandonada pela população. Em seguida, atacaram o porto de Recife e se estabeleceram por 24 anos no país. 

Em termos de contribuição cultural para o Brasil, tem destaque especial o Conde João Maurício de Nassau. Ele veio para o país em 1637, na condição de Governador Geral, acompanhado de um grande contigente militar. Fortaleceu o domínio holandês no litoral, reconstruiu a cidade de Olinda e construiu habitações no Recife. Durante seu governo, muitos artistas holandeses retrataram o país e foram escritas obras tendo o Brasil como cenário. Ele criou uma imprensa e fundou uma biblioteca. 
Neste período, o holandês era falado no confronto com línguas indígenas, de um lado, e o português de outro

As batalhas travadas entre as tropas portuguesas e holandesas foram muitas e sempre muito violentas. As mais famosas foram as batalhas em Guararapes. No dia 27 de janeiro de 1654 é assinado um acordo e os portugueses retomaram o controle do todas as cidades ocupadas pelos holandeses.  Em 1661 é assinado um acordo definitivo entre os governos da Holanda e Portugal. Ficou estabelecido que a Holanda renunciaria a qualquer tentativa de reocupação do Brasil e receberia uma indenização de 8 milhões de florins, além da garantia do livre comércio e do direito de estabelecer-se comercialmente em todas as colônias portuguesas. 

2. O retorno

Com a devastação da Segunda Guerra Mundial e com a falta de perspectivas de futuro, o governo holandês incentivou a emigração, principalmente para o Canadá, a Austrália, a França e o Brasil. O Brasil foi o único País a aceitar imigração de grandes grupos, que eram principalmente católicos. Em 15 de junho de 1948 o ministro para assuntos de colonização, Jorge Latour, fechou acordo com o diretor do frigorífico Armour em Chigago, acertando a compra de 5000 hectares, na fazenda Ribeirão, para o assentamento de camponeses holandeses. Em 14 de julho de 1948, formou-se a Cooperativa Agro Pecuária, oficializando as atividades de produção e colonização cujo nome originou das iniciais HOLanda, AMérica, BRAsil.

Saída do Brasil ou da Holanda?? 
Sem permitir que saísse capital do País, já que a Holanda se reestruturava após guerra, os imigrantes depositavam seus valores na conta da Cooperativa para uso conjunto de seus associados. O governo holandês enviaria gado, máquinas e outros materiais necessários. 
Nos primeiros meses de colonização foram enviados para o Brasil primeiramente um grupo de solteiros, para a preparação de chegada das famílias. O trabalho mútuo em comunidade, ajudou a formar os primeiros sítios e as primeiras plantações, mas as dificuldades iniciais fizeram com que alguns grupos tentassem a sorte mais ao sul do Brasil, como em Monte Alegre, Castrolanda, Arapoti e Carambeí no Paraná e Não-Me-Toque no Rio grande do Sul. O holandês é falado nestes lugares???

Para os que persistiram na colonização de Holambra, o trabalho conjunto com colonos brasileiros foi fundamental. Começa, assim, uma nova relação entre o português e o holandês, falado pelos colonos holandeses. Mesmo com a dificuldade da língua, usando no início a comunicação de sinais, a troca de experiências ajudou no plantio de culturas que acabaram dando certo. Dada a aferência estranha para os brasileiros dos nomes dos holandeses colocaram nos imigrantes apelidos como:  Espírito Santo, Calça Curta, João Choque, Cabeça Chata, entre outros. 
A Holanda mandou alguns especialistas em diversas áreas para dar assistência aos imigrantes na condução das culturas. Foram todos orientados para a policultura, ou seja, para ter mais de uma atividade agrícola, possibilitando colheitas alternativas.

O cultivo de flores iniciou-se timidamente no ano de 1951, com a produção de gladíolos (palma de santa rita), mas foi entre 1958 e 1965 que a cultura se expandiu. Em 1972 criou-se o departamento de floricultura dentro da cooperativa, para a venda de grande variedades de flores e plantas ornamentais. Anos depois foi implantado o ‘Veiling’, sistema de leilão.

A integração holandeses e brasileiros deu-se logo no início, em festas e bailes ou na prática de esportes. No entanto, o primeiro casamento entre um holandês e uma brasileira ocorreu em 1956. Nos anos seguintes mais holandeses se casaram com brasileiras, mas até 1970 o número era modesto. Até então não havia sido realizado praticamente nenhum casamento de mulheres holandesas com brasileiros. Este fator se deve a aspectos de cultura holandesa. Nos anos 1980 e 1990, uma alta porcentagem de casamentos já era mista.

Até os anos 1980 Holambra era uma pequena comunidade sem grandes problemas sociais. Resolvia-se tudo entre eles mesmos, com comissões de voluntários de todas as áreas, como por exemplo: comissões de igreja, outra de esporte, de saúde, de cultura entre outras. Para os assuntos municipais, Holambra pertencia a Jaguariúna, mas sua localização estendia-se pelos municípios de Artur Nogueira, Cosmópolis, Santo Antonio de Posse e Jaguariúna. Os impostos pagos pouco revertiam para melhorias para Holambra. 

A conservação de estradas, o asfaltamento das vias principais e o abastecimento e tratamento de água era feita pela Cooperativa. Por isso, o plebiscito de 27 de outubro de 1991, decidiu a emancipação político-administrativa, criando o município de Holambra. Em primeiro de janeiro de 1993, tomou posse o primeiro prefeito da nova cidade.
Em abril de 1998, Holambra recebe o título de Estância Turística. Hoje com uma estimativa de 10 mil habitantes, vê-se em Holambra a convivência entre al línguas holandesa e portuguesa. O primeiro falado em ______ e o segundo em _________. Holambra se firma no cenário nacional e internacional como ‘Cidade das Flores’, tendo um índice de criminalidade de quase zero, taxa de mortalidade infantil de 5,99 mortes a cada mil nascimentos, o que é uma das mais baixas do País. Holambra também está apontada como a 24ª colocada em uma pesquisa sobre qualidade de vida realizada em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo e ocupando o primeiro lugar na região de Campinas.

(C.Z.)

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